Tecido
Conjuntivo Propriamente Dito e suas Patologias
Existem duas classes de tecido
conjuntivo propriamente dito: frouxo e o denso.
O tecido conjuntivo frouxo suporta
estruturas normalmente sujeitas a pressão e atritos pequenos. É um tecido
conjuntivo muito comum que preenche espaços ente grupos de células musculares,
suporta células epiteliais e forma camadas em torno dos vasos sanguíneos. É
também encontrado nas papilas da derme, na hipoderme, nas membranas serosas que
revestem as cavidades peritoneais e pleurais e nas glândulas.
O tecido conjuntivo frouxo contem
todos os elementos estruturais típicos do tecido conjuntivo propriamente dito,
não havendo, entretanto, nenhuma predominância de qualquer dos componentes. As
células mais numerosas são os fibroblastos e macrófagos, mas todos os outros
tipos celulares do tecido conjuntivo também estão presentes, além de fibras de
colágeno e elástico. O tecido conjuntivo frouxo tem um consistência delicada, é
flexível, bem vascularizado e não resistente a trações.
Tecido conjuntivo denso é adaptado
para oferecer resistência e proteção aos tecidos. É formado pelos mesmos
componentes encontrados no tecido conjuntivo frouxo, entretanto, existem menos
células e uma clara predominância de fibras de colágeno. O tecido conjuntivo
denso é menos flexível mais resistente à tensão que o tecido conjuntivo frouxo.
Quando as fibras de colágenas são organizadas em feixes sem orientação
definida, o tecido chama-se denso não modelado. Neste tecido as fibras formam
um trama tridimensional, o que lhes confere certa resistência às trações
exercidas em qualquer direção. Este tipo de tecido é encontrado na pele.
O tecido conjuntivo denso modelado
apresenta feixes de colágeno paralelos uns aos outros e alinhados como
fibroblastos. Trata-se de um conjuntivo que formou suas fibras colágenas em
reposta à forças de tração exercidas num determinado sentido. Neste caso, os
fibroblastos, em resposta a forças que normalmente atuam sobre os tecidos,
orientam as fibras que produzem de modo a oferecer o máximo de resistência e
estas forças.
Tecido conjuntivo de propriedades
especiais:
Tecido adiposo:
- Maior depósito corporal de energia, sob forma de triglicerídeos;
- Predominância de células adiposas (adipócitos);
- Tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular:
- As células, quando completamente desenvolvidas, contêm apenas uma gotícula de gordura que ocupa quase todo citoplasma;
- Tecido adiposo pardo ou multilocular:
- Formado por células que contêm numerosas gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias.
Tecido elástico:
- Composto por feixes espessos e paralelos de fibras elásticas;
- Cor amarelada;
- Grande elasticidade;
- Presente nos ligamentos amarelos da coluna e no ligamento suspensor do pênis.
Tecido reticular:
- É muito delicado e forma uma rede tridimensional que suporta as células de alguns órgãos;
- Constituído por fibras reticulares intimamente associadas com células reticulares (fibroblastos especializados).
- Consistência gelatinosa graças à predominância de matriz fundamental composta predominantemente e acido hialurônico com poucas fibras;
- As principais células são os fibroblastos;
- Principal componente do cordão umbilical, onde é referido como geléia de Wharton.
- Encontrado também na polpa jovem dos dentes.
PATOLOGIA DO TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO
Lúpus Eritematoso Sistêmico
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune o que significa que o sistema imunológico do corpo ataca tecidos saudáveis por engano. Isso leva a inflamação a longo prazo (crônica). Os sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão. O LES pode afetar a pele, as articulações, rins e outros órgãos.
Tipos de lúpus:
- Lúpus discoide: É limitado à pele.
- Lúpus sintêmico: Afeta todo o corpo.
- Lúpus induzido por medicamentos, tais como: corticosteroides, remédios para malária, como cloroquina, e anti-inflamatórios em geral.
São reconhecidos
3 tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na
pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso), principalmente
nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote)
e nos braços).
E o sistêmico, no
qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Por ser uma doença do sistema
imunológico, que é responsável pela produção de anticorpos e organização dos mecanismos
de inflamação em todos os órgãos, quando a pessoa tem LES ela pode ter
diferentes tipos sintomas em vários locais do corpo.
Alguns sintomas são gerais como a febre, emagrecimento,
perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão como
dor nas juntas, manchas na pele,
inflamação da pleura, hipertensão e/ou problemas nos rins.
Quem tem lúpus?
O lúpus pode
ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, porém as mulheres são muito
mais acometidas. Ocorre principalmente entre 20 e 45 anos, sendo um pouco mais
4 frequente em pessoas mestiças e nos afro-descendentes. No Brasil, não
dispomos de números exatos, mas as estimativas indicam que existem cerca de
65.000 pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres.
Acredita-se assim que uma a
cada 1.700 mulheres no Brasil tenha a doença. Desta forma, em uma cidade como o
Rio de Janeiro teríamos cerca de 4.000 pessoa com lúpus e em São Paulo
aproximadamente 6.000. Por essa razão, para os reumatologistas, o lúpus é uma
doença razoavelmente comum no seu dia-a-dia.
O que causa o
lúpus?
Embora a causa do
LES não seja conhecida, sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais
participam de seu desenvolvimento.
Portanto, pessoas
que nascem com susceptibilidade genética para desenvolver a doença, em algum
momento, após uma interação com fatores ambientais (irradiação solar, infecções
virais ou por outros micro-organismos), passam a apresentar alterações
imunológicas.
A principal delas
é o desequilibrio na produção de anticorpos que reagem com proteínas do próprio
organismo e causam inflamação em diversos órgãos como na pele, mucosas, pleura
e pulmões, articulações, rins etc.). Dessa forma, entendemos que o tipo de
sintoma que a pessoa desenvolve, depende do tipo de autoanticorpo que a pessoa
tem e, que como o desenvolvimento de cada anticorpo se relaciona às características
genéticas de cada pessoa, cada pessoa com lúpus tende a ter manifestações clínicas
(sintomas) específicas e muito pessoais. sobre essa causa,
consulte o lúpus eritematoso induzido por drogas.
Os sintomas do
LES são diversos e tipicamente variam em intensidade de acordo com a fase de
atividade ou remissão da doença. É muito comum que a pessoa apresente
manifestações gerais como cansaço,
desânimo, febre baixa (mas raramente, pode ser alta),
emagrecimento e perda de apetite. As manifestações podem ocorrer devido
a inflamação na
pele, articulações (juntas),
rins, nervos, cérebro e membranas que recobrem o pulmão (pleura) e o coração
(pericárdio). Outras manifestações podem ocorrer devido a diminuição das
células do sangue (glóbulos vermelhos e brancos), devido a anticorpos contra
essas células. Esses sintomas podem surgir isoladamente, ou em conjunto e podem
ocorrer ao mesmo tempo ou de forma sequencial.
Crianças,
adolescentes ou mesmo adultos podem apresentar inchação dos gânglios (ínguas), que
geralmente é acompanhada por febre e pode ser confundida com os sintomas de
infecções como a rubéola ou mononucleose.
As manifestações
clínicas mais frequentes são:
a) Lesões de
pele:ocorrem em cerca de 80% dos casos, ao longo da evolução da doença. As
lesões mais características são manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e dorso
do nariz, denominadas lesões em asa de borboleta (a distribuição no rosto
lembra uma borboleta) e que não deixam cicatriz. As lesões discóides, que
também ocorrem mais frequentemente em áreas expostas à luz, são bem delimitadas
e podem deixar cicatrizes com atrofia e alterações na cor da pele. Na pele
também pode ocorrer vasculite (inflamação de pequenos vasos), causando manchas
vermelhas ou vinhosas, dolorosas em pontas dos dedos das mãos ou dos pés. Outra
manifestação muito característica no LES
é o que se chama de fotossensibilidade, que
nada mais é do que o desenvolvimento de uma sensibilidade desproporcional à luz
solar.
Neste caso, com
apenas um pouco de exposição à claridade ou ao sol, podem surgir tanto manchas
na pele como sintomas gerais (cansaço) ou febre. A queda de cabelos é muito
frequente mas ocorre tipicamente nas fases de atividade da doença e na maioria
das pessoas, o cabelo volta a crescer normalmente com o tratamento.
b) Articulares:a
dor com ou sem inchaço nas juntas ocorre, em algum momento, em mais de 90% das
pessoas com LES e envolve principalmente as juntas das mãos, punhos,
joelhos e pés.
A artrite (inflamação
das juntas) tende a ser bastante
dolorosa e ocorrer de forma intermitente, com períodos de melhora e piora. Às
vezes também surgem tendinites.
c) A inflamação
das membranas que recobrem o pulmão (pleuris) e coração (pericardite) são
relativamente comuns, podendo ser leves e assintomáticas, ou, se manifestar
como dor no peito. Caracteristicamente no caso da pleuris, a dor ocorre ao respirar,
podendo causar também tosse seca e falta de ar. Na pericardite, além da dor no
peito, pode haver palpitações e falta de ar.
d) Inflamação
nos rins
(nefrite):é uma das que mais preocupam e ocorre em cerca de 50% das
pessoas com LES. No início pode não haver qualquer sintoma, apenas alterações
nos exames de sangue e/ou urina. Nas formas mais graves, surge pressão alta,
inchaço nas pernas, a urina fica espumosa, podendo haver diminuição da
quantidade de urina. Quando não tratada rapidamente e adequadamente o rim deixa
de funcionar (insuficiência renal) e o paciente pode precisar fazer diálise ou
transplante renal.
e) Alterações
neuro-psiquiátricas: essas manifestações são menos frequentes, mas podem causar
convulsões, alterações de humor ou comportamento (psicoses), depressão e
alterações dos nervos periféricos e da medula espinhal.
f) Sangue:as
alterações nas células do sangue são devido aos anticorpos contra estas células,
causando sua destruição. Assim, se os anticorpos forem contra os glóbulos
vermelhos (hemácias) vão causar anemia, contra os glóbulos brancos vai causar
diminuição de células brancas (leucopenia ou linfopenia) e se forem contra as
plaquetas causarão diminuição de plaquetas (plaquetopenia). Os sintomas causados
pelas alterações nas células do sangue são muito variáveis. A anemia pode causar
palidez da pele e mucosas e cansaço e a plaquetopenia poderá causar aumento do sangramento
menstrual, hematomas e sangramento gengival. Geralmente a diminuição dos glóbulos
brancos é assintomática.
Diagnóstico
O diagnóstico é
feito através do reconhecimento pelo médico de um ou mais dos sintomas acima.
Ao mesmo tempo, como algumas alterações nos exames de sangue e urina são muito
características, eles também são habitualmente utilizados para a definição
final do diagnóstico. Exames comuns de sangue e urina são úteis não só para o
diagnóstico da doença, mas também são muito importantes para definir se há
atividade do LES. Embora não exista um exame que seja exclusivo do
LES (100% específico),
a presença do exame chamado FAN (fator ou anticorpo antinuclear),
principalmente com títulos elevados, em uma pessoa com sinais e sintomas
característicos de LES, permite o diagnóstico com muita certeza. Outros testes
laboratoriais como os anticorpos anti-Sm e anti-DNA são muito específicos,
mas ocorrem em
apenas 40% a 50% das pessoas com LES. Ao mesmo tempo, alguns exames de
sangue e/ou de urina podem ser solicitados para auxiliar não no diagnóstico do
LES, mas para identificar se há ou não sinais de atividade da doença.
Existem critérios
desenvolvidos pelo Colégio Americano de Reumatologia, que podem ser úteis para
auxiliar no diagnóstico
do LES, mas não é obrigatório que
a pessoa com LES seja enquadrada nesses critérios para que o diagnóstico de LES
seja feito e que o tratamento seja iniciado.
Tratamento
O tratamento da
pessoa com LES depende do tipo de manifestação apresentada e deve portanto, ser
individualizado. Dessa forma a pessoa com LES pode necessitar de um, dois ou
mais medicamentos em uma fase (ativa da doença) e, poucos ou nenhum medicamento
em outras fases (não ativas ou em remissão). Ao mesmo tempo, o tratamento
sempre inclui remédios para regular as alterações imunológicas do LES e de
medicamentos gerais para regular alterações que a pessoa apresente em
consequência da inflamação causada pelo LES, como hipertensão, inchaço nas
pernas, febre, dor etc.
Os medicamentos
que agem na modulação do sistema imunológico no LES incluem os corticóides (cortisona),
os antimaláricos e os imunossupressores, em especial a azatioprina, ciclofosfamida
e micofenolato de mofetil. É necessário enfatizar a importância do uso dos
fotoprotetores que devem ser aplicados diariamente em todas as áreas expostas à
claridade. O produto deve ser reaplicado, ao longo do dia, para assegurar o seu
efeito protetor. Em alguns casos podem ser usados cremes com corticosteróides ou
com tacrolimus aplicados nas lesões de pele.
Os sintomas mais
leves podem ser tratados com analgésicos, anti-inflamatórios e/ou doses baixas
dos corticóides (prednisona - 5 a 20 mg/dia). Na vigência de manifestações mais
graves do LES, as doses dos corticóides podem ser bem mais elevadas (prednisona
- 60 a 80 mg/dia). Geralmente, quando há envolvimento dos rins, do sistema
nervoso, pulmões ou vasculite é necessário o emprego dos imunossupressores em
doses variáveis de acordo com a gravidade do acometimento. Um aspecto
importante no uso desses medicamentos é a atenção necessária quanto ao risco
aumentado de infecções, já que eles diminuem a capacidade do indivíduo de
defender-se contra infecções, incluindo a tuberculose. Em pacientes com LES
grave, com rápida evolução, pode-se utilizar altas doses de glicocorticóide por
via endovenosa.
O uso da
cloroquina (ou hidroxicloroquina) está indicado tanto para
as formas mais leves quanto nas mais graves e deve ser mantido mesmo que a
doença esteja sob controle (remissão), pois auxiliam na manutenção do controle
do LES.
Que outros cuidados as pessoas com lúpus devem
ter?
Além do
tratamento com remédios, as pessoas com LES devem ter cuidado especiais com a
saúde incluindo atenção com a alimentação, repouso adequado, evitar condições
que provoquem estresse e atenção rigorosa com medidas de higiene (pelo risco
potencial de infecções).
Idealmente deve-se
evitar alimentos ricos em gorduras e o álcool (mas o uso de bebidas alcoólicas
em pequena quantidade não interfere especificamente com a doença). Quem está utilizando
anticoagulantes por ter apresentado trombose
(muitas vezes relacionada
à síndrome antifosfolipídeo
associada ao LES), deve ter um cuidado especial que é a manutenção de uma dieta
“monótona”, ou seja, parecida em qualidade e quantidade todos os dias, para que
seja possível um controle adequado da anticoagulação. Pessoas com hipertensão
ou problemas nos rins, devem diminuir a quantidade de sal na dieta e as com
glicose elevada, devem restringir o consumo de açúcar e alimentos ricos em
carboidratos (massas, farinhas e pães).
Outra medida de
ordem geral é evitar (ou suspender se estiver em uso) os anticoncepcionais com
estrogênio e o cigarro (tabagismo), ambas
condições claramente relacionadas
à piora dos sintomas do LES. Pessoas com LES, independentemente de
apresentarem ou não manchas na pele, devem adotar medidas de proteção contra a
irradiação solar, evitando ao máximo expor-se à “claridade”, além de evitar a
“luz do sol” diretamente na pele, pois além de provocarem lesões cutâneas,
também podem causar agravamento da inflamação em órgãos internos como os rins.
Outra medida muito importante é a manutenção de uma atividade física regular,
preferencialmente aeróbia que ajuda não só para o controle da pressão e da
glicose no sangue, mas também contribui para melhorar a qualidade dos ossos,
evitando a osteoporose e melhorando o sistema imunológico.
O objetivo geral
dos cuidados com a saúde (incluindo os medicamentos) para as pessoas com LES é
permitir o controle da atividade inflamatória da doença e minimizar os efeitos colaterais
dos medicamentos. De uma forma geral, quando o tratamento é feito de forma adequada,
incluindo o uso correto dos medicamentos em suas doses e horários, com a realização
dos exames necessários nas épocas certas, comparecimento às consultas nos
períodos recomendados e os cuidados gerais acima descritos, é possível obter um
bom controle da doença e melhorar de forma significativa a qualidade de vida
das pessoas com LES.
Quanto tempo durao tratamento?
O lúpus é uma
doença crônica, assim como também o são a hipertensão, diabetes, várias doenças
intestinais, alergias e outras doenças reumatológicas. Todas as pessoas que têm
essas doenças necessitam de um acompanhamento prolongado, mas isso não quer
dizer que a doença vai estar sempre causando sintomas, ou impedindo a pessoa de
viver sua vida, trabalhar fora ou
cuidar dos filhos
e da casa,
pois a evolução natural do lúpus, se caracteriza por períodos de maior e
menor “atividade” (com quantidade maior ou menor de sintomas). Ao mesmo tempo, o
uso regular dos medicamentos auxilia na manutenção da doença sob controle e, o
uso irregular dos corticóides, antimaláricos (difosfato de cloroquina ou
hidroxicloroquina), azatioprina e micofenolato mofetil favorece a reativação da
doença.
Quando a pessoa
com lúpus, não aceita a existência da doença e
não se conscientiza que são necessárias algumas
mudanças no dia a dia, as coisas ficam bem mais difíceis, pois quem tem LES,
deve manter um acompanhamento médico para sempre.
Algumas medidas
são para a vida toda como proteção solar (chapéus, sombrinhas, etc., além dos
cremes fotoprotetores já citados), não fumar, exercícios físicos regulares,
controle alimentar, não faltar às
consultas, realizar exames com
a periodicidade recomendada
e seguir as orientações e sempre retirar suas dúvidas com seu médico
reumatologista.
Quanto ao uso dos
remédios, isto varia de acordo com a fase da doença. O reumatologista, que é o médico
especialista para o tratamento do LES, sempre vai tentar empregar os
medicamentos nas menores doses possíveis, pelo menor tempo possível, mas a
decisão quanto a que doses utilizar em cada momento, depende de uma avaliação
especializada que é feita durante a consulta. Portanto, as doses prescritas não
devem ser modificadas para que não haja retardo na melhora programada, mesmo
que a pessoa esteja se sentindo bem a acredite que daria para reduzir os
remédios. Antes de qualquer mudança na dose de qualquer medicamento, a pessoa
com LES sempre deve conversar com o seu reumatologista.
As consultas
geralmente são marcadas a cada 3 a 6 meses, no entanto, nos casos de doença em
atividade, podem ser necessários retornos mais freqüentes, como semanal e, se
necessário até mesmo com internação hospitalar (condição que não é necessária
para a maioria das pessoas com LES).
Esclerodermia
A esclerodermia é uma doença do
tecido conjuntivo que envolve alterações na pele, nos vasos sanguíneos, nos
músculos e nos órgãos internos. Ela é um tipo de doença
autoimune, um
problema que ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos
saudáveis do corpo por engano. Também chamada de Esclerose sistêmica.
Causas
A causa da
esclerodermia é desconhecida. As pessoas com essa doença têm um acúmulo de uma
substância chamada colágeno na pele e em outros órgãos. Esse acúmulo leva aos sintomas
da doença.
A doença geralmente
afeta pessoas de 30 a 50 anos. As mulheres desenvolvem esclerodermia com mais
frequência do que os homens. Algumas pessoas com esclerodermia têm um histórico
de contato com pó de sílica e cloreto de polivinil, mas muitas nunca tiveram
contato com essas substâncias.
A esclerodermia disseminada pode ocorrer com outras doenças autoimunes,
incluindo lúpus eritematoso sistêmico. Nesses casos, a
doença é chamada de doença mista do tecido conjuntivo.
Sintomas
Alguns tipos de
esclerodermia afetam somente a pele, mas outros afetam todo o corpo.
A esclerodermia localizada
geralmente afeta apenas a pele das mãos e do rosto. Ela se desenvolve
lentamente e, raramente, se espalha pelo corpo ou causa complicações
sérias.
A esclerodermia sistêmica,
ou esclerose, pode afetar grandes áreas da pele ou órgãos, como o coração,
os pulmões ou os rins. Existem dois tipos principais de esclerodermia
sistêmica: doença limitada (síndrome CREST) e doença difusa.
Os sintomas da
esclerodermia na pele podem incluir:
- Dedos das mãos ou dos pés
que ficam azulados ou brancos em reação a temperaturas altas e frias
(Consulte: fenômeno de Raynaud)
- Perda de cabelo
- Rigidez da pele
- Pele anormalmente clara ou
escura
- Espessamento da pele,
rigidez e endurecimento dos dedos, das mãos e do antebraço
- Pequenos nódulos brancos
abaixo da pele que às vezes liberam uma substância branca semelhante a
crem
- Feridas (úlceras) na ponta
dos dedos das mãos ou dos pés
- Pele do rosto rígida e repuxada
Os sintomas nos
ossos e nos músculos podem incluir:
- Dor nas articulações
- Dormência e dor nos pés
- Dor, rigidez e inchaço nos
dedos e nas articulações
- Dor no pulso
Problemas
respiratórios podem ser resultado de cicatrizes nos pulmões e podem incluir:
- Tosse seca
- Falta de ar
- Respiração ofegante
Problemas no trato
digestivo podem incluir:
- Inchaço após as refeições
- Constipação
- Diarreia
- Dificuldade para engolir
Diagnóstico
O médico realizará
um exame físico. O exame poderá mostrar pele endurecida, rígida ou espessa.
Sua pressão
arterial será verificada. A esclerodermia pode causar inflamações agudas de
pequenos vasos sanguíneos, como os vasos dos rins. Problemas nos rins podem
causar pressão alta.
Os exames de sangue
podem incluir:
- Painel de anticorpos antinucleares
(ANA)
- Exame de anticorpos
- Taxa de sedimentação de
eritrócitos (TSE)
- Fator reumatoide
Outros exames podem
incluir:
- Raio X do tórax
- Tomografia computadorizada
dos pulmões
- Ecocardiograma
- Urinálise
- Exames para ver o
funcionamento dos pulmões e do trato gastrointestinal (GI)
- Biópsia da pele
Tratamento
Não existe um
tratamento específico para a esclerodermia.Seu médico
prescreverá medicamentos e outros tratamentos para controlar os sintomas e
evitar complicações.
Os medicamentos
usados para tratar a esclerodermia incluem:
- Medicamentos
antiinflamatórios potentes chamados de corticoides
- Medicamentos
imunosupressores, como metotrexato e Cytoxan
- Anti-inflamatórios não
esteroides (AINEs)
Outros tratamentos
para sintomas específicos podem incluir:
- Medicamentos para azia ou
problemas para engolir
- Medicamentos para a pressão
arterial (principalmente os inibidores da ECA) para pressão alta ou
problemas nos rins
- Terapia com luz para aliviar
o espessamento da pele
- Medicamentos para melhorar a
respiração
- Medicamentos para tratar o
fenômeno de Raynaud
O tratamento
geralmente envolve fisioterapia.
Síndrome de Sjogren
A síndrome de
Sjogren é uma doença autoimune que destrói as glândulas que produzem
lágrimas e saliva, causando boca e olhos secos. No entanto, a doença pode
afetar várias partes do corpo, inclusive os rins e os pulmões.
Causas
A causa da síndrome
de Sjogren é desconhecida. Ela é uma doença autoimune, o que significa que o
corpo ataca misteriosamente tecidos saudáveis. A síndrome ocorre principalmente
em mulheres entre 40 e 50 anos. Ela é rara em crianças.
A síndrome de
Sjogren primária é definida como olhos secos e boca seca sem outra doença
autoimune.
A síndrome de
Sjogren afeta de 1 a 4 milhões de pessoas nos Estados Unidos.
Sintomas
Boca e olhos secos são
os sintomas mais comuns dessa síndrome.
Sintomas nos olhos:
- Coceira nos olhos
- Sensação de que algo caiu no
olho
Sintomas na boca e
na garganta:
- Dificuldade para engolir ou
comer
- Perda do paladar
- Dificuldade para falar
- Saliva espessa ou difícil de
engolir
- Feridas ou dor na boca
- Rouquidão
Disgnóstico
Um exame físico
revela olhos e boca secos. As feridas na boca podem ser consequência da boca
seca.
Exames:
- Teste de Schirmer para
avaliar a produção de lágrimas
- Exame de anticorpos
antinucleares (ANA)
- Biópsia da glândula salivar
- Fator reumatoide (possível)
- Teste de lágrima
- Exame dos olhos com lâmpada de fenda
Tratamento
O objetivo é
aliviar os sintomas.
- Olhos secos podem ser
tratados com lágrimas artificiais, unguentos lubrificantes para os olhos
ou ciclosoporina líquida.
- Pequenas obstruções podem
ser colocadas nos dutos de drenagem lacrimal para ajudar as lágrimas a se
manterem na superfície do olho.
Drogas
modificadoras de doenças (DMARDs) similares às usadas para a artrite reumatoide
podem melhorar os sintomas da síndrome de Sjogren. Essas drogas inibidoras
incluem fator de necrose tumoral (TNF).
Tomar água durante
o dia e mascar chiclete sem açúcar podem ajudar a aliviar a secura da boca.
Evite medicamentos que possam causar secura de boca, como anti-histamínicos e
descongestionantes. Evite álcool.
Converse com seu
dentista sobre:
- Soluções para repor minerais
nos dentes
- Substitutos para a saliva
- Medicamentos que ajudam as glândulas salivares a produzir mais saliva
A dermatomiosite é
uma doença inflamatória rara que atinge músculos e pele, causando fraqueza
muscular e lesões na pele. É mais comum em adultos, mas pode surgir em crianças
com menos de 16 anos, sendo chamada de dermatomiosite infantil.
A dermatomiosite (DM) é uma doença do tecido conjuntivo
que associa miopatia a manifestações cutâneas características, cuja causa
permanece desconhecida, sendo considerada doença idiopática. Na etiologia,
consideram-se as associações com antígenos de histocompatibilidade, vírus,
drogas e auto-imunidade.
Foi reconhecida há mais de 100 anos e
descrita na literatura por Wagner. Denominada inicialmente
pseudotriquinose, foi associada a reação do sistema retículo-endotelial. A
associação com neoplasia foi publicada pela primeira vez por Stertz em 1916.
.
Causas
As causas da
dermatomiosite são de origem autoimunes, que levam a que células de defesa do
próprio corpo ataquem os músculos e provoquem a inflamação. Isto pode ser
provocado por problemas genéticos, alguns medicamentos ou infecções virais.
Algumas vezes,
a dermatomiosite está associada a câncer, podendo ser sinal de
desenvolvimento de alguns tipos de cânceres como câncer de pulmão, mama, ovário
ou próstata.
A dermatomiosite
não tem cura, sendo por isso uma doença crônica. Porém, existe tratamento
para controlar os sintomas da doença.
Sintomas
Os sintomas da
dermatomiosite podem ser:
- Fraqueza dos músculos dos braços, pernas e
pescoço;
- Aparecimento de manchas vermelhas na pele,
principalmente nas articulações dos dedos, joelhos e joelhos;
- Dor e inchaço das articulações;
- Aparecimento de inchaço vermelho-púrpura em
torno do olho, nas pálpebras;
- Febre;
- Cansaço;
- Dificuldade em engolir;
- Dores no estômago;
- Vômitos;
Geralmente, os
indivíduos com esta doença podem deixar de conseguir fazer as atividades
diárias como andar, subir escadas ou levantar de uma cadeira. Alguns pacientes
podem ter fraqueza da musculatura dos pulmões, provocando dificuldades em
respirar. Nas fases mais avançadas da doença, podem ser atingidos outros
órgãos como coração, pulmão ou rins, afetando o seu funcionamento e causando
complicações graves.
Diagnóstico
O diagnóstico
da dermatomiosite é feito através da avaliação dos sintomas da doença
e exames como biópsia muscular, electromiografia ou testes de sangue para
detetar presença de substâncias que indiquem destruição de músculos.
Tratamento
O tratamento da
dermatomiosite é feito de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes e
pode ser feito com:
- Corticoides como prednisona;
- Imunossupressores como Metotrexano,
Azatioprina ou Ciclofosfamida.
Estes remédios são
tomados, geralmente, em doses elevadas e durante períodos prolongados e têm
como ação diminuir o processo inflamatório e reduzir os sintomas da doença.
Quando estes remédios não funcionam, é administrada imunoglobulina na veia dos
pacientes.
A fisioterapia
na dermatomiosite ajuda na melhoria dos sintomas musculares,
prevenindo a paralisia do paciente e danos permanentes nos músculos ou rigidez
articular.
Quando a
dermatomiosite está associada ao câncer, o tratamento mais adequado é tratar o
câncer, fazendo com que muitas vezes os sinais e sintomas da doença
desapareçam.
Tratamento
O tratamento da
dermatomiosite é feito de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes e
pode ser feito com:
- Corticoides como prednisona;
- Imunossupressores como Metotrexano,
Azatioprina ou Ciclofosfamida.
Estes remédios são
tomados, geralmente, em doses elevadas e durante períodos prolongados e têm
como ação diminuir o processo inflamatório e reduzir os sintomas da doença.
Quando estes remédios não funcionam, é administrada imunoglobulina na veia dos
pacientes.
A fisioterapia
na dermatomiosite ajuda na melhoria dos sintomas musculares,
prevenindo a paralisia do paciente e danos permanentes nos músculos ou rigidez
articular.
Quando a
dermatomiosite está associada ao câncer, o tratamento mais adequado é tratar o
câncer, fazendo com que muitas vezes os sinais e sintomas da doença
desapareçam.
Escorbuto
O escorbuto é
uma doença carencial (falta de nutriente essencial), devido à ausência
de vitamina C (ou ácido ascórbico) na dieta. Em larga escala, a doença surgia tanto nos intensos invernos europeus
da Idade Média, quando as pessoas deixavam de produzir e consumir alimentos
ricos em vitamina C, como na era das grandes navegações, em
marinheiros que ficavam muito tempo no mar ou nas cidades sitiadas em que os
habitantes passavam longos períodos sem ingerir folhas ou frutas frescas.
A vitamina C é importantíssima para o corpo porque é ela quem dá
maior rigidez ao colágeno, a principal proteína estrutural do corpo.
Causas
O escorbuto é
provocado pela carência grave de vitamina C na dieta.
Sintomas
O escorbuto apresenta
como primeiros sintomas:
- Hemorragias gengivais.
- Inchaço com pus na língua ou nas gengivas.
- Dores nas articulações.
- Dificuldades de cicatrização das feridas.
- Instabilidade dos dentes (dentes soltos).
Com o passar do tempo,
as hemorragias que acontecem em decorrência da
fragilidade capilar podem atingir outras partes do corpo e inclusive
causar a morte. Em crianças pequenas, alimentadas exclusivamente com leite
esterilizado, pode ocorrer uma espécie de escoburto infantil, com dificuldades
na ossificação do esqueleto.
Diagnóstico
O diagnóstico do escorbuto deve
ser suspeitado sempre que houver história de privações de alimentos que
contenham vitamina C. Pode-se comprovar a doença ao
observar osteoporose generalizada ou certos sinaisradiológicos
típicos na estrutura óssea da pessoa acometida.
Tratamento
O escorbuto pode
ser tratado pela ingestão diária de medicações contendo vitamina C ou
pelo consumo regular de frutas ricas nesta vitamina, como acerola,
morango, abacaxi, laranja, limão, aipo, pimentão vermelho e outros. Nos
alimentos não frescos ou cozidos a vitamina C está total ou
pacialmente inativada.
Como
prevenir o escorbuto?
Manter, na alimentação,
frutas cítricas, verduras frescas e cruas e outros alimentos ricos
em vitamina C (laranjas, limões, tangerinas, kiwis e outros).
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