sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Tecido Conjuntivo Propriamente Dito e suas Patologias


Existem duas classes de tecido conjuntivo propriamente dito: frouxo e o denso.



O tecido conjuntivo frouxo suporta estruturas normalmente sujeitas a pressão e atritos pequenos. É um tecido conjuntivo muito comum que preenche espaços ente grupos de células musculares, suporta células epiteliais e forma camadas em torno dos vasos sanguíneos. É também encontrado nas papilas da derme, na hipoderme, nas membranas serosas que revestem as cavidades peritoneais e pleurais e nas glândulas.
O tecido conjuntivo frouxo contem todos os elementos estruturais típicos do tecido conjuntivo propriamente dito, não havendo, entretanto, nenhuma predominância de qualquer dos componentes. As células mais numerosas são os fibroblastos e macrófagos, mas todos os outros tipos celulares do tecido conjuntivo também estão presentes, além de fibras de colágeno e elástico. O tecido conjuntivo frouxo tem um consistência delicada, é flexível, bem vascularizado e não resistente a trações.
Tecido conjuntivo denso é adaptado para oferecer resistência e proteção aos tecidos. É formado pelos mesmos componentes encontrados no tecido conjuntivo frouxo, entretanto, existem menos células e uma clara predominância de fibras de colágeno. O tecido conjuntivo denso é menos flexível mais resistente à tensão que o tecido conjuntivo frouxo. Quando as fibras de colágenas são organizadas em feixes sem orientação definida, o tecido chama-se denso não modelado. Neste tecido as fibras formam um trama tridimensional, o que lhes confere certa resistência às trações exercidas em qualquer direção. Este tipo de tecido é encontrado na pele.
O tecido conjuntivo denso modelado apresenta feixes de colágeno paralelos uns aos outros e alinhados como fibroblastos. Trata-se de um conjuntivo que formou suas fibras colágenas em reposta à forças de tração exercidas num determinado sentido. Neste caso, os fibroblastos, em resposta a forças que normalmente atuam sobre os tecidos, orientam as fibras que produzem de modo a oferecer o máximo de resistência e estas forças.

Tecido conjuntivo de propriedades especiais:

Tecido adiposo:


  • Maior depósito corporal de energia, sob forma de triglicerídeos;
  • Predominância de células adiposas (adipócitos);
  • Tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular:
  • As células, quando completamente desenvolvidas, contêm apenas uma gotícula de gordura que ocupa quase todo citoplasma;
  • Tecido adiposo pardo ou multilocular:
  • Formado por células que contêm numerosas gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias.



Tecido elástico:


  • Composto por feixes espessos e paralelos de fibras elásticas;
  • Cor amarelada;
  • Grande elasticidade;
  • Presente nos ligamentos amarelos da coluna e no ligamento suspensor do pênis.
Tecido reticular:

  • É muito delicado e forma uma rede tridimensional que suporta as células de alguns órgãos;
  • Constituído por fibras reticulares intimamente associadas com células reticulares (fibroblastos especializados).
Tecido mucoso: 
  • Consistência gelatinosa graças à predominância de matriz fundamental composta predominantemente e acido hialurônico com poucas fibras;
  • As principais células são os fibroblastos;
  • Principal componente do cordão umbilical, onde é referido como geléia de Wharton.
  • Encontrado também na polpa jovem dos dentes.



PATOLOGIA DO TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO


Lúpus Eritematoso Sistêmico










O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune o que significa que o sistema imunológico do corpo ataca tecidos saudáveis por engano. Isso leva a inflamação a longo prazo (crônica). Os sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão. O LES pode afetar a pele, as articulações, rins e outros órgãos.
Tipos de lúpus:
  • Lúpus discoide: É limitado à pele.

  • Lúpus sintêmico: Afeta todo o corpo.

  • Lúpus induzido por medicamentos, tais como: corticosteroides, remédios para malária, como cloroquina, e anti-inflamatórios em geral.
São reconhecidos 3 tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços).

E o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Por ser uma doença do sistema imunológico, que é responsável pela produção de anticorpos e organização dos mecanismos de inflamação em todos os órgãos, quando a pessoa tem LES ela pode ter diferentes tipos sintomas em vários locais do corpo.
 Alguns sintomas são gerais como a febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão como dor nas  juntas, manchas na pele, inflamação da pleura, hipertensão e/ou problemas nos rins.

Quem tem lúpus?

O lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, porém as mulheres são muito mais acometidas. Ocorre principalmente entre 20 e 45 anos, sendo um pouco mais 4 frequente em pessoas mestiças e nos afro-descendentes. No Brasil, não dispomos de números exatos, mas as estimativas indicam que existem cerca de 65.000 pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres. 

Acredita-se assim que uma a cada 1.700 mulheres no Brasil tenha a doença. Desta forma, em uma cidade como o Rio de Janeiro teríamos cerca de 4.000 pessoa com lúpus e em São Paulo aproximadamente 6.000. Por essa razão, para os reumatologistas, o lúpus é uma doença razoavelmente comum no seu dia-a-dia.

O que causa o lúpus?

Embora a causa do LES não seja conhecida, sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais participam de seu desenvolvimento.

Portanto, pessoas que nascem com susceptibilidade genética para desenvolver a doença, em algum momento, após uma interação com fatores ambientais (irradiação solar, infecções virais ou por outros micro-organismos), passam a apresentar alterações imunológicas.

A principal delas é o desequilibrio na produção de anticorpos que reagem com proteínas do próprio organismo e causam inflamação em diversos órgãos como na pele, mucosas, pleura e pulmões, articulações, rins etc.). Dessa forma, entendemos que o tipo de sintoma que a pessoa desenvolve, depende do tipo de autoanticorpo que a pessoa tem e, que como o desenvolvimento de cada anticorpo se relaciona às características genéticas de cada pessoa, cada pessoa com lúpus tende a ter manifestações  clínicas  (sintomas)  específicas  e muito pessoais. sobre essa causa, consulte o lúpus eritematoso induzido por drogas.

 Quais são os sintomas da doença?


Os sintomas do LES são diversos e tipicamente variam em intensidade de acordo com a fase de atividade ou remissão da doença. É muito comum que a pessoa apresente manifestações gerais  como  cansaço,  desânimo,  febre  baixa (mas raramente, pode ser alta), emagrecimento e perda de apetite. As manifestações podem ocorrer  devido  a  inflamação  na  pele,  articulações (juntas), rins, nervos, cérebro e membranas que recobrem o pulmão (pleura) e o coração (pericárdio). Outras manifestações podem ocorrer devido a diminuição das células do sangue (glóbulos vermelhos e brancos), devido a anticorpos contra essas células. Esses sintomas podem surgir isoladamente, ou em conjunto e podem ocorrer ao mesmo tempo ou de forma sequencial.

Crianças, adolescentes ou mesmo adultos podem apresentar inchação dos gânglios (ínguas), que geralmente é acompanhada por febre e pode ser confundida com os sintomas de infecções como a rubéola ou mononucleose.
As manifestações clínicas mais frequentes são:

a) Lesões de pele:ocorrem em cerca de 80% dos casos, ao longo da evolução da doença. As lesões mais características são manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e dorso do nariz, denominadas lesões em asa de borboleta (a distribuição no rosto lembra uma borboleta) e que não deixam cicatriz. As lesões discóides, que também ocorrem mais frequentemente em áreas expostas à luz, são bem delimitadas e podem deixar cicatrizes com atrofia e alterações na cor da pele. Na pele também pode ocorrer vasculite (inflamação de pequenos vasos), causando manchas vermelhas ou vinhosas, dolorosas em pontas dos dedos das mãos ou dos pés. Outra manifestação muito característica  no LES é o que se chama de fotossensibilidade,  que nada mais é do que o desenvolvimento de uma sensibilidade desproporcional à luz solar.

Neste caso, com apenas um pouco de exposição à claridade ou ao sol, podem surgir tanto manchas na pele como sintomas gerais (cansaço) ou febre. A queda de cabelos é muito frequente mas ocorre tipicamente nas fases de atividade da doença e na maioria das pessoas, o cabelo volta a crescer normalmente com o tratamento.



b) Articulares:a dor com ou sem inchaço nas juntas ocorre, em algum momento, em mais de 90% das pessoas com LES e envolve principalmente as juntas das mãos, punhos, joelhos  e  pés.  A  artrite  (inflamação  das  juntas) tende a ser bastante dolorosa e ocorrer de forma intermitente, com períodos de melhora e piora. Às vezes também surgem tendinites.


c) A inflamação das membranas que recobrem o pulmão (pleuris) e coração (pericardite) são relativamente comuns, podendo ser leves e assintomáticas, ou, se manifestar como dor no peito. Caracteristicamente no caso da pleuris, a dor ocorre ao respirar, podendo causar também tosse seca e falta de ar. Na pericardite, além da dor no peito, pode haver palpitações e falta de ar.



d) Inflamação nos  rins  (nefrite):é uma das que mais preocupam e ocorre em cerca de 50% das pessoas com LES. No início pode não haver qualquer sintoma, apenas alterações nos exames de sangue e/ou urina. Nas formas mais graves, surge pressão alta, inchaço nas pernas, a urina fica espumosa, podendo haver diminuição da quantidade de urina. Quando não tratada rapidamente e adequadamente o rim deixa de funcionar (insuficiência renal) e o paciente pode precisar fazer diálise ou transplante renal.



e) Alterações neuro-psiquiátricas: essas manifestações são menos frequentes, mas podem causar convulsões, alterações de humor ou comportamento (psicoses), depressão e alterações dos nervos periféricos e da medula espinhal.

f) Sangue:as alterações nas células do sangue são devido aos anticorpos contra estas células, causando sua destruição. Assim, se os anticorpos forem contra os glóbulos vermelhos (hemácias) vão causar anemia, contra os glóbulos brancos vai causar diminuição de células brancas (leucopenia ou linfopenia) e se forem contra as plaquetas causarão diminuição de plaquetas (plaquetopenia). Os sintomas causados pelas alterações nas células do sangue são muito variáveis. A anemia pode causar palidez da pele e mucosas e cansaço e a plaquetopenia poderá causar aumento do sangramento menstrual, hematomas e sangramento gengival. Geralmente a diminuição dos glóbulos brancos é assintomática.



Diagnóstico

O diagnóstico é feito através do reconhecimento pelo médico de um ou mais dos sintomas acima. Ao mesmo tempo, como algumas alterações nos exames de sangue e urina são muito características, eles também são habitualmente utilizados para a definição final do diagnóstico. Exames comuns de sangue e urina são úteis não só para o diagnóstico da doença, mas também são muito importantes para definir se há atividade do LES. Embora não exista um exame que seja exclusivo do

LES (100% específico), a presença do exame chamado FAN (fator ou anticorpo antinuclear), principalmente com títulos elevados, em uma pessoa com sinais e sintomas característicos de LES, permite o diagnóstico com muita certeza. Outros testes laboratoriais como os anticorpos anti-Sm e anti-DNA são muito  específicos,  mas  ocorrem  em  apenas 40% a 50% das pessoas com LES. Ao mesmo tempo, alguns exames de sangue e/ou de urina podem ser solicitados para auxiliar não no diagnóstico do LES, mas para identificar se há ou não sinais de atividade da doença.

Existem critérios desenvolvidos pelo Colégio Americano de Reumatologia, que podem ser úteis  para  auxiliar  no  diagnóstico  do  LES, mas não é obrigatório que a pessoa com LES seja enquadrada nesses critérios para que o diagnóstico de LES seja feito e que o tratamento seja iniciado.


Tratamento 

O tratamento da pessoa com LES depende do tipo de manifestação apresentada e deve portanto, ser individualizado. Dessa forma a pessoa com LES pode necessitar de um, dois ou mais medicamentos em uma fase (ativa da doença) e, poucos ou nenhum medicamento em outras fases (não ativas ou em remissão). Ao mesmo tempo, o tratamento sempre inclui remédios para regular as alterações imunológicas do LES e de medicamentos gerais para regular alterações que a pessoa apresente em consequência da inflamação causada pelo LES, como hipertensão, inchaço nas pernas, febre, dor etc.

Os medicamentos que agem na modulação do sistema imunológico no LES incluem os corticóides (cortisona), os antimaláricos e os imunossupressores, em especial a azatioprina, ciclofosfamida e micofenolato de mofetil. É necessário enfatizar a importância do uso dos fotoprotetores que devem ser aplicados diariamente em todas as áreas expostas à claridade. O produto deve ser reaplicado, ao longo do dia, para assegurar o seu efeito protetor. Em alguns casos podem ser usados cremes com corticosteróides ou com tacrolimus aplicados nas lesões de pele.

Os sintomas mais leves podem ser tratados com analgésicos, anti-inflamatórios e/ou doses baixas dos corticóides (prednisona - 5 a 20 mg/dia). Na vigência de manifestações mais graves do LES, as doses dos corticóides podem ser bem mais elevadas (prednisona - 60 a 80 mg/dia). Geralmente, quando há envolvimento dos rins, do sistema nervoso, pulmões ou vasculite é necessário o emprego dos imunossupressores em doses variáveis de acordo com a gravidade do acometimento. Um aspecto importante no uso desses medicamentos é a atenção necessária quanto ao risco aumentado de infecções, já que eles diminuem a capacidade do indivíduo de defender-se contra infecções, incluindo a tuberculose. Em pacientes com LES grave, com rápida evolução, pode-se utilizar altas doses de glicocorticóide por via endovenosa.
O  uso  da  cloroquina  (ou  hidroxicloroquina) está indicado tanto para as formas mais leves quanto nas mais graves e deve ser mantido mesmo que a doença esteja sob controle (remissão), pois auxiliam na manutenção do controle do LES.


Que outros cuidados as pessoas com lúpus devem ter?

Além do tratamento com remédios, as pessoas com LES devem ter cuidado especiais com a saúde incluindo atenção com a alimentação, repouso adequado, evitar condições que provoquem estresse e atenção rigorosa com medidas de higiene (pelo risco potencial de infecções).

Idealmente deve-se evitar alimentos ricos em gorduras e o álcool (mas o uso de bebidas alcoólicas em pequena quantidade não interfere especificamente com a doença). Quem está utilizando anticoagulantes por ter apresentado trombose  (muitas  vezes  relacionada  à  síndrome antifosfolipídeo associada ao LES), deve ter um cuidado especial que é a manutenção de uma dieta “monótona”, ou seja, parecida em qualidade e quantidade todos os dias, para que seja possível um controle adequado da anticoagulação. Pessoas com hipertensão ou problemas nos rins, devem diminuir a quantidade de sal na dieta e as com glicose elevada, devem restringir o consumo de açúcar e alimentos ricos em carboidratos (massas, farinhas e pães).

Outra medida de ordem geral é evitar (ou suspender se estiver em uso) os anticoncepcionais com estrogênio e o cigarro (tabagismo), ambas  condições  claramente  relacionadas  à piora dos sintomas do LES. Pessoas com LES, independentemente de apresentarem ou não manchas na pele, devem adotar medidas de proteção contra a irradiação solar, evitando ao máximo expor-se à “claridade”, além de evitar a “luz do sol” diretamente na pele, pois além de provocarem lesões cutâneas, também podem causar agravamento da inflamação em órgãos internos como os rins. Outra medida muito importante é a manutenção de uma atividade física regular, preferencialmente aeróbia que ajuda não só para o controle da pressão e da glicose no sangue, mas também contribui para melhorar a qualidade dos ossos, evitando a osteoporose e melhorando o sistema imunológico.

O objetivo geral dos cuidados com a saúde (incluindo os medicamentos) para as pessoas com LES é permitir o controle da atividade inflamatória da doença e minimizar os efeitos colaterais dos medicamentos. De uma forma geral, quando o tratamento é feito de forma adequada, incluindo o uso correto dos medicamentos em suas doses e horários, com a realização dos exames necessários nas épocas certas, comparecimento às consultas nos períodos recomendados e os cuidados gerais acima descritos, é possível obter um bom controle da doença e melhorar de forma significativa a qualidade de vida das pessoas com LES.

Quanto tempo durao tratamento?

O lúpus é uma doença crônica, assim como também o são a hipertensão, diabetes, várias doenças intestinais, alergias e outras doenças reumatológicas. Todas as pessoas que têm essas doenças necessitam de um acompanhamento prolongado, mas isso não quer dizer que a doença vai estar sempre causando sintomas, ou impedindo a pessoa de viver sua vida, trabalhar  fora  ou  cuidar  dos  filhos  e  da  casa,  pois a evolução natural do lúpus, se caracteriza por períodos de maior e menor “atividade” (com quantidade maior ou menor de sintomas). Ao mesmo tempo, o uso regular dos medicamentos auxilia na manutenção da doença sob controle e, o uso irregular dos corticóides, antimaláricos (difosfato de cloroquina ou hidroxicloroquina), azatioprina e micofenolato mofetil favorece a reativação da doença.

Quando a pessoa com lúpus, não aceita a  existência  da  doença  e  não  se  conscientiza que são necessárias algumas mudanças no dia a dia, as coisas ficam bem mais difíceis, pois quem tem LES, deve manter um acompanhamento médico para sempre.

Algumas medidas são para a vida toda como proteção solar (chapéus, sombrinhas, etc., além dos cremes fotoprotetores já citados), não fumar, exercícios físicos regulares, controle alimentar, não  faltar  às  consultas,  realizar exames  com  a  periodicidade  recomendada  e seguir as orientações e sempre retirar suas dúvidas com seu médico reumatologista.
Quanto ao uso dos remédios, isto varia de acordo com a fase da doença. O reumatologista, que é o médico especialista para o tratamento do LES, sempre vai tentar empregar os medicamentos nas menores doses possíveis, pelo menor tempo possível, mas a decisão quanto a que doses utilizar em cada momento, depende de uma avaliação especializada que é feita durante a consulta. Portanto, as doses prescritas não devem ser modificadas para que não haja retardo na melhora programada, mesmo que a pessoa esteja se sentindo bem a acredite que daria para reduzir os remédios. Antes de qualquer mudança na dose de qualquer medicamento, a pessoa com LES sempre deve conversar com o seu reumatologista.

As consultas geralmente são marcadas a cada 3 a 6 meses, no entanto, nos casos de doença em atividade, podem ser necessários retornos mais freqüentes, como semanal e, se necessário até mesmo com internação hospitalar (condição que não é necessária para a maioria das pessoas com LES).

Esclerodermia
A esclerodermia é uma doença do tecido conjuntivo que envolve alterações na pele, nos vasos sanguíneos, nos músculos e nos órgãos internos. Ela é um tipo de doença autoimune, um problema que ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano. Também chamada de Esclerose sistêmica.

Causas 

A causa da esclerodermia é desconhecida. As pessoas com essa doença têm um acúmulo de uma substância chamada colágeno na pele e em outros órgãos. Esse acúmulo leva aos sintomas da doença.
A doença geralmente afeta pessoas de 30 a 50 anos. As mulheres desenvolvem esclerodermia com mais frequência do que os homens. Algumas pessoas com esclerodermia têm um histórico de contato com pó de sílica e cloreto de polivinil, mas muitas nunca tiveram contato com essas substâncias.
A esclerodermia disseminada pode ocorrer com outras doenças autoimunes, incluindo lúpus eritematoso sistêmico. Nesses casos, a doença é chamada de doença mista do tecido conjuntivo.
Sintomas 

Alguns tipos de esclerodermia afetam somente a pele, mas outros afetam todo o corpo.
A esclerodermia localizada geralmente afeta apenas a pele das mãos e do rosto. Ela se desenvolve lentamente e, raramente, se espalha pelo corpo ou causa complicações sérias.
A esclerodermia sistêmica, ou esclerose, pode afetar grandes áreas da pele ou órgãos, como o coração, os pulmões ou os rins. Existem dois tipos principais de esclerodermia sistêmica: doença limitada (síndrome CREST) e doença difusa.
Os sintomas da esclerodermia na pele podem incluir:
  • Dedos das mãos ou dos pés que ficam azulados ou brancos em reação a temperaturas altas e frias (Consulte: fenômeno de Raynaud)
  • Perda de cabelo
  • Rigidez da pele
  • Pele anormalmente clara ou escura
  • Espessamento da pele, rigidez e endurecimento dos dedos, das mãos e do antebraço
  • Pequenos nódulos brancos abaixo da pele que às vezes liberam uma substância branca semelhante a crem
  • Feridas (úlceras) na ponta dos dedos das mãos ou dos pés
  • Pele do rosto rígida e repuxada

Os sintomas nos ossos e nos músculos podem incluir:
  • Dor nas articulações
  • Dormência e dor nos pés
  • Dor, rigidez e inchaço nos dedos e nas articulações
  • Dor no pulso
Problemas respiratórios podem ser resultado de cicatrizes nos pulmões e podem incluir:
  • Tosse seca
  • Falta de ar
  • Respiração ofegante
Problemas no trato digestivo podem incluir:
  • Inchaço após as refeições
  • Constipação
  • Diarreia
  • Dificuldade para engolir
Diagnóstico 

O médico realizará um exame físico. O exame poderá mostrar pele endurecida, rígida ou espessa.
Sua pressão arterial será verificada. A esclerodermia pode causar inflamações agudas de pequenos vasos sanguíneos, como os vasos dos rins. Problemas nos rins podem causar pressão alta.
Os exames de sangue podem incluir:
  • Painel de anticorpos antinucleares (ANA)
  • Exame de anticorpos
  • Taxa de sedimentação de eritrócitos (TSE)
  • Fator reumatoide
Outros exames podem incluir:
  • Raio X do tórax
  • Tomografia computadorizada dos pulmões
  • Ecocardiograma
  • Urinálise
  • Exames para ver o funcionamento dos pulmões e do trato gastrointestinal (GI)
  • Biópsia da pele
Tratamento 

Não existe um tratamento específico para a esclerodermia.Seu médico prescreverá medicamentos e outros tratamentos para controlar os sintomas e evitar complicações.
Os medicamentos usados para tratar a esclerodermia incluem:
  • Medicamentos antiinflamatórios potentes chamados de corticoides
  • Medicamentos imunosupressores, como metotrexato e Cytoxan
  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
Outros tratamentos para sintomas específicos podem incluir:
  • Medicamentos para azia ou problemas para engolir
  • Medicamentos para a pressão arterial (principalmente os inibidores da ECA) para pressão alta ou problemas nos rins
  • Terapia com luz para aliviar o espessamento da pele
  • Medicamentos para melhorar a respiração
  • Medicamentos para tratar o fenômeno de Raynaud
O tratamento geralmente envolve fisioterapia.

Síndrome de Sjogren 
A síndrome de Sjogren é uma doença autoimune que destrói as glândulas que produzem lágrimas e saliva, causando boca e olhos secos. No entanto, a doença pode afetar várias partes do corpo, inclusive os rins e os pulmões.

Causas

A causa da síndrome de Sjogren é desconhecida. Ela é uma doença autoimune, o que significa que o corpo ataca misteriosamente tecidos saudáveis. A síndrome ocorre principalmente em mulheres entre 40 e 50 anos. Ela é rara em crianças.
A síndrome de Sjogren primária é definida como olhos secos e boca seca sem outra doença autoimune.
A síndrome de Sjogren afeta de 1 a 4 milhões de pessoas nos Estados Unidos.
Sintomas
Boca e olhos secos são os sintomas mais comuns dessa síndrome.
Sintomas nos olhos:
  • Coceira nos olhos
  • Sensação de que algo caiu no olho

Sintomas na boca e na garganta:
  • Dificuldade para engolir ou comer
  • Perda do paladar
  • Dificuldade para falar
  • Saliva espessa ou difícil de engolir
  • Feridas ou dor na boca
  • Rouquidão
Disgnóstico 

Um exame físico revela olhos e boca secos. As feridas na boca podem ser consequência da boca seca.
Exames:
  • Teste de Schirmer para avaliar a produção de lágrimas
  • Exame de anticorpos antinucleares (ANA)
  • Biópsia da glândula salivar
  • Fator reumatoide (possível)
  • Teste de lágrima
  • Exame dos olhos com lâmpada de fenda
Tratamento 

O objetivo é aliviar os sintomas.
  • Olhos secos podem ser tratados com lágrimas artificiais, unguentos lubrificantes para os olhos ou ciclosoporina líquida.
  • Pequenas obstruções podem ser colocadas nos dutos de drenagem lacrimal para ajudar as lágrimas a se manterem na superfície do olho.
Drogas modificadoras de doenças (DMARDs) similares às usadas para a artrite reumatoide podem melhorar os sintomas da síndrome de Sjogren. Essas drogas inibidoras incluem fator de necrose tumoral (TNF).
Tomar água durante o dia e mascar chiclete sem açúcar podem ajudar a aliviar a secura da boca. Evite medicamentos que possam causar secura de boca, como anti-histamínicos e descongestionantes. Evite álcool.
Converse com seu dentista sobre:
  • Soluções para repor minerais nos dentes
  • Substitutos para a saliva
  • Medicamentos que ajudam as glândulas salivares a produzir mais saliva

Dermatomiosite

A dermatomiosite é uma doença inflamatória rara que atinge músculos e pele, causando fraqueza muscular e lesões na pele. É mais comum em adultos, mas pode surgir em crianças com menos de 16 anos, sendo chamada de dermatomiosite infantil.
A dermatomiosite (DM) é uma doença do tecido conjuntivo que associa miopatia a manifestações cutâneas características, cuja causa permanece desconhecida, sendo considerada doença idiopática. Na etiologia, consideram-se as associações com antígenos de histocompatibilidade, vírus, drogas e auto-imunidade.
Foi reconhecida há mais de 100 anos  e descrita na literatura por Wagner. Denominada inicialmente pseudotriquinose, foi associada a reação do sistema retículo-endotelial. A associação com neoplasia foi publicada pela primeira vez por Stertz em 1916.
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Causas


As causas da dermatomiosite são de origem autoimunes, que levam a que células de defesa do próprio corpo ataquem os músculos e provoquem a inflamação. Isto pode ser provocado por problemas genéticos, alguns medicamentos ou infecções virais.
Algumas vezes, a dermatomiosite está associada a câncer, podendo ser sinal de desenvolvimento de alguns tipos de cânceres como câncer de pulmão, mama, ovário ou próstata.
dermatomiosite não tem cura, sendo por isso uma doença crônica. Porém, existe tratamento para controlar os sintomas da doença.
Sintomas 


Os sintomas da dermatomiosite podem ser:
  • Fraqueza dos músculos dos braços, pernas e pescoço;
  • Aparecimento de manchas vermelhas na pele, principalmente nas articulações dos dedos, joelhos e joelhos;
  • Dor e inchaço das articulações;
  • Aparecimento de inchaço vermelho-púrpura em torno do olho, nas pálpebras;
  • Febre;
  • Cansaço;
  • Dificuldade em engolir;
  • Dores no estômago;
  • Vômitos;
Geralmente, os indivíduos com esta doença podem deixar de conseguir fazer as atividades diárias como andar, subir escadas ou levantar de uma cadeira. Alguns pacientes podem ter fraqueza da musculatura dos pulmões, provocando dificuldades em respirar. Nas fases mais avançadas da doença, podem ser atingidos outros órgãos como coração, pulmão ou rins, afetando o seu funcionamento e causando complicações graves.
Diagnóstico
O diagnóstico da dermatomiosite é feito através da avaliação dos sintomas da doença e exames como biópsia muscular, electromiografia ou testes de sangue para detetar presença de substâncias que indiquem destruição de músculos.
Tratamento 
O tratamento da dermatomiosite é feito de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes e pode ser feito com:
  • Corticoides como prednisona;
  • Imunossupressores como Metotrexano, Azatioprina ou Ciclofosfamida.
Estes remédios são tomados, geralmente, em doses elevadas e durante períodos prolongados e têm como ação diminuir o processo inflamatório e reduzir os sintomas da doença. Quando estes remédios não funcionam, é administrada imunoglobulina na veia dos pacientes.
A fisioterapia na dermatomiosite ajuda na melhoria dos sintomas musculares, prevenindo a paralisia do paciente e danos permanentes nos músculos ou rigidez articular.
Quando a dermatomiosite está associada ao câncer, o tratamento mais adequado é tratar o câncer, fazendo com que muitas vezes os sinais e sintomas da doença desapareçam.
Tratamento 
O tratamento da dermatomiosite é feito de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes e pode ser feito com:
  • Corticoides como prednisona;
  • Imunossupressores como Metotrexano, Azatioprina ou Ciclofosfamida.
Estes remédios são tomados, geralmente, em doses elevadas e durante períodos prolongados e têm como ação diminuir o processo inflamatório e reduzir os sintomas da doença. Quando estes remédios não funcionam, é administrada imunoglobulina na veia dos pacientes.
A fisioterapia na dermatomiosite ajuda na melhoria dos sintomas musculares, prevenindo a paralisia do paciente e danos permanentes nos músculos ou rigidez articular.
Quando a dermatomiosite está associada ao câncer, o tratamento mais adequado é tratar o câncer, fazendo com que muitas vezes os sinais e sintomas da doença desapareçam.

Escorbuto

O escorbuto é uma doença carencial (falta de nutriente essencial), devido à ausência de vitamina C (ou ácido ascórbico) na dieta. Em larga escala, a doença surgia tanto nos intensos invernos europeus da Idade Média, quando as pessoas deixavam de produzir e consumir alimentos ricos em vitamina C, como na era das grandes navegações, em marinheiros que ficavam muito tempo no mar ou nas cidades sitiadas em que os habitantes passavam longos períodos sem ingerir folhas ou frutas frescas. A vitamina C é importantíssima para o corpo porque é ela quem dá maior rigidez ao colágeno, a principal proteína estrutural do corpo.
Causas 
O escorbuto é provocado pela carência grave de vitamina C na dieta.

 Sintomas 

O escorbuto apresenta como primeiros sintomas:
  • Hemorragias gengivais.
  • Inchaço com pus na língua ou nas gengivas.
  • Dores nas articulações.
  • Dificuldades de cicatrização das feridas.
  • Instabilidade dos dentes (dentes soltos).
Com o passar do tempo, as hemorragias que acontecem em decorrência da fragilidade capilar podem atingir outras partes do corpo e inclusive causar a morte. Em crianças pequenas, alimentadas exclusivamente com leite esterilizado, pode ocorrer uma espécie de escoburto infantil, com dificuldades na ossificação do esqueleto.
Diagnóstico 
O diagnóstico do escorbuto deve ser suspeitado sempre que houver história de privações de alimentos que contenham vitamina C. Pode-se comprovar a doença ao observar osteoporose generalizada ou certos sinaisradiológicos típicos na estrutura óssea da pessoa acometida.
Tratamento 
O escorbuto pode ser tratado pela ingestão diária de medicações contendo vitamina C ou pelo consumo regular de frutas ricas nesta vitamina, como acerola, morango, abacaxi, laranja, limão, aipo, pimentão vermelho e outros. Nos alimentos não frescos ou cozidos a vitamina C está total ou pacialmente inativada.
Como prevenir o escorbuto?
Manter, na alimentação, frutas cítricas, verduras frescas e cruas e outros alimentos ricos em vitamina C (laranjas, limões, tangerinas, kiwis e outros).


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